quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

SENHORES DO TEMPO - Mudando o passado


Hoje eu assisti a um filme chamado The Power of Few, que em uma tradução livre seria O Poder de Poucos, ou O Poder de Alguns. Quando eu li a sinopse, achei que era uma coisa totalmente diferente do que encontrei, não esperava que fosse me impactar tão fortemente.

Digo impactar porque desde sempre, me questiono e questiono a outros sobre o significado real do Tempo, sua influencia na vida, e a influencia das nossas escolhas no Tempo. E quando falo de Tempo, com “T” maiúsculo, não estou falando de horas, dias, messes e ano, embora isso faça parte, em um nível mais denso do Tempo. Estou falando do conceito de passado, presente e futuro.

Para não dar spoiler, vou tentar falar apenas genericamente sobre o filme, que começa propositalmente confuso, algumas peças vão se encaixando durante a trama, mas você não sabe muito bem porque, até que... BOOM! SUA MENTE EXPLODE!

Quer dizer, não sei se a sua mente vai explodir, mas a minha quase explodiu quando comecei a entender o significado sutil do que aconteceu ali, e depois passei mais ou menos uma hora repassando mentalmente os eventos e as falas, e então fui compreendendo realmente o que cada evento e fala significou ao longo do filme.

Embora os textos fossem objetivos em cada cena, no fim do filme eles ganham um outro sentido, pois estão carregados de significados subliminares, todos sobre a mensagem central do filme que é como o presente, o futuro e o passado podem ser totalmente modificados por uma simples atitude de uma pessoa comum.

Sim, eu disse que o passado pode ser modificado.

Já há alguns anos que venho refletindo sobre a possibilidade de o passado ser modificado. Talvez soe um tanto insano para as mentes menos questionadoras, mas se você pensar profundamente sobre algumas coisas que vamos conversar aqui, talvez se abra para algumas possibilidades fantásticas.

Outro dia eu escrevi aqui no blog um texto chamado “Existe apenas umde nós”, em que eu falo sobre como uma pequena atitude de uma pessoa comum, pode desencadear uma série de reações em pessoas totalmente desconhecidas, com potencial de até mesmo, revolucionar a História. Porém, eu trato ali sobre uma atitude no presente que transforma o futuro sem que, muitas vezes, a pessoa que foi o estopim de tudo sequer perceba que fez alguma coisa sobre aquilo. Por exemplo, aquele dia que você foi sair de carro e esqueceu as chaves dentro de casa e teve que voltar para buscar e, enquanto você procurava as chaves, um acidente de carro aconteceu no caminho em que você seguiria. Você passou por lá posteriormente, notou o acidente, diminuiu a velocidade, pensou a respeito da segurança no volante e seguiu viagem, sem notar que se você não tivesse esquecido as chaves do carro dentro de casa antes de sair, teria se envolvido também naquele acidente. E ainda, se você houvesse realmente se envolvido naquele acidente, causaria uma nova onda de reações que tornariam o mundo diferente do que é hoje, já que você não sofreu aquele acidente.

Coisas como essa acontecem o tempo todo, nossas vidas se cruzam o tempo todo, nos tocamos o tempo todo, mesmo sem perceber. O que eu estou fazendo agora, vai influenciar na vida de todos no planeta, TODOS! Vai influenciar você que está lendo, e que vai tomar decisões influenciado pelo que leu aqui, decisões estas que por sua vez irão influenciar outras pessoas que nunca leram e talvez nunca venham a ler o que escrevo. Lá na frente, na outra ponta da corrente, estou eu de novo. Recebendo, ainda que em uma escala infinitesimal, a consequência de uma ação que eu mesmo criei, quando escrevi este texto. É o chamado efeito borboleta, uma reação em cadeia que está acontecendo agora mesmo, enquanto estamos juntos aqui, eu escrevendo este texto às 04:38 do dia 20/12/2013, enquanto você lê este mesmo texto em algum ponto no futuro.

Em outras palavras, através do meu texto estou tocando você no futuro, enquanto você viaja para o passado através destas palavras. Isso transforma este texto em um “lugar” no espaço-tempo onde passado, presente e futuro se encontram. Eu escrevo no meu presente o que você lê no futuro, mas que para você foi escrito no passado. Então, o que está acontecendo em minha mente agora, no presente, e que estou transferindo para este texto, está sendo “congelado” no tempo. O meu "agora", se tornou o seu "agora", ainda que o meu "agora" tenha uma referência numérica diferente no calendário, ou no relógio.

Sim, estamos os dois lendo o mesmo texto AGORA!

Como não posso contar o filme aqui, já que provavelmente você vai assistir no futuro (ou no presente, ou passado, sei lá. rs.) vou criar uma cena aqui. Imagine que um homem chamado Fernando, em 2030, seja o responsável por criar um sistema estável, seguro e eficaz de teletransporte, e torna esse sistema acessível a todos. Com esse sistema de teletransporte é possível enviar qualquer coisa ou pessoa para qualquer lugar do planeta em menos de 10 segundos. Imagine a revolução disso! É o mundo da instantaneidade, sem carros nas ruas ou aviões nos céus. Você faz uma compra pela internet e o seu produto surge em sua sala de estar em menos de um minuto. Você poderia visitar qualquer lugar do mundo a qualquer hora do dia no seu horário de café. Os acidentes de transito seriam reduzidos à zero, a saudade não existiria mais para quem mora longe, quem sabe até você poderia se mudar com casa e tudo para a Suécia apenas apertando um botão. Imagine esse mundo totalmente transformado por uma tecnologia desenvolvida por um homem chamado Fernando. Agora imagine que o Fernando tem uma história.

Antes de começar a estudar física quântica, Fernando conheceu uma garota chamada Alice. Os dois tinham 19 anos e não pensavam em nada, apenas em curtir a vida. Em uma manhã de Domingo, depois de uma noitada regada a bebidas e outras drogas não legalizadas, Fernando e Alice voltavam para o apartamento do seu amigo Rui, que os havia hospedado naquele fim de semana em São Paulo, para juntos irem a tal festa do ano. Fernando dirigia um Gol cinza, que havia acabado de comprar em 36 parcelas, para poder passear com a namorada. No cruzamento da Rua Augusta com a Avenida Paulista, uma caminhonete em alta velocidade, vindo em sentido contrário, invadiu o lado da rua em que Fernando e Alice estavam, atingindo o carro de frente. Alice havia esquecido de colocar o cinto de segurança, pois estava um tanto sonolenta da noitada, e sua vida acabou ali. Fernando ficou alguns dias no hospital, onde recebeu a notícia de que Alice estava grávida, mas teria perdido o bebê no acidente. Agora Fernando havia perdido o amor da sua vida, e também o fruto deste amor de adolescente, sem ao menos ter tido a oportunidade de vê-lo uma única vez. Daquele dia em diante, Fernando nunca mais sorriu, e decidiu que sua missão de vida seria a de resolver o problema no trânsito do mundo. E foi o que ele fez.

Se Alice não houvesse morrido e eles tivessem tido o bebê, o mundo teria mudado tão radicalmente, e ainda em tão pouco tempo? Ou será que Fernando teria virado um pai de família e terminado a vida como professor de cursinho?

O que acontece no seu passado influencia o seu futuro, e as decisões que você toma à partir daí, tem potencial para sacudir o planeta.

O mundo de hoje é resultado da soma incalculável de decisões que nossos antepassados, todos eles, tomaram. E assim continuará sendo o mundo do futuro, fruto das decisões que tomamos agora. Apesar de não parecer, a mínima decisão da pessoa mais comum, pode ter uma influencia decisiva para o futuro de toda a humanidade. Esse é um dos grandes motivos pelos quais tenho dito que existe apenas um de nós. Mas há ainda uma coisa que quero discutir com você.

Se o presente é resultado do passado, e o futuro é resultado do presente e do passado somados, quando eu altero o meu futuro, altero também o meu passado?

A resposta é SIM!

Porque uma coisa está totalmente ligada a outra. Na verdade, uma coisa É a outra. É tudo uma coisa só, já que passado, presente e futuro são apenas uma maneira minimamente didática de nos referirmos a coisas que fizemos enquanto o planeta estava em uma posição diferente da que está hoje no cosmos. Mas apesar de o planeta girar e se mover na Via Láctea, você não se move. Digo, você até se move quando a Terra se move, mas este não é o seu movimento, é o movimento da dela. Então, se não nos movermos, nossa vida também não se move. Nossas decisões fazem nossa vida seguir. Mas se ficarmos estáticos, vendo a Terra girar achando que alguma coisa diferente vai acontecer pelo simples fato de o Sol ter desaparecido em um horizonte e reaparecido no outro, vamos permanecer exatamente como estamos. Isso é porque não é o tempo que passa, é o planeta que se move. Não é o nascer e por do Sol que fazem sua vida mudar, são suas decisões.

Sendo assim, assumo que passado, presente e futuro sejam uma coisa só: SUA VIDA. E admitindo que todas as coisas acontecem na sua vida, independente de quantas voltas a Terra deu ou dará em torno do Sol, mudar qualquer coisa na sua vida significa mudar o presente, o futuro e o passado. Especialmente o passado. 

É o passado que determina o que tende a acontecer. Se eu souber de onde você está vindo, tenho grandes chances de prever pra onde está indo. É assim que uma empresa sabe se vale a pena lançar um produto ou não, fazendo pesquisa de mercado para saber o que as pessoas estão fazendo. À partir das informações do passado de um grupo de pessoas, é possível determinar se um produto terá uma boa aceitação ou não. E ainda, é com base nas informações de consumo que uma indústria consegue programar a fabricação dos seus produtos. Em outras palavras, o comportamento humano do passado, pode prever o comportamento humano do futuro.

Faz parte do ser humano querer repetir as coisas, tanto as boas quanto as ruins. Repetimos as coisas boas por motivos óbvios, é bom. Queremos perpetuar os bons momentos. Já as coisas ruins, geralmente as repetimos na tentativa de fazer melhor dessa vez. Na tentativa de redimir o que aconteceu em uma experiência anterior, de mudar o passado.

Agora, não se muda o passado criando um outro evento parecido. Pode até servir como um alento psicológico, para aliviar um pouco da culpa, mas não muda nada. Ou melhor, muda, porque aquele evento do passado já não existe mais, porém um novo foi criado, então o velho ressurge no novo.

Agora, quando você segue em uma direção nova, diferente daquela que trilhou antes, não por culpa mas por Vontade, você muda o presente, o futuro e o passado. As mudanças no presente e no futuro você já sabe, mas eu quero esclarecer porque o passado também muda. 

Todas as experiências que você viveu, pertencem a você. Mas não como um objeto, que você guarda na gaveta, deixando em casa quando sai. Você sempre leva as suas experiências com você, porque elas são parte de você. Suas experiências SÃO VOCÊ! 

Você é o seu passado tocando o presente e criando o futuro.

Quando você muda, tudo muda, inclusive e especialmente o seu passado. Aquele evento do passado doloroso que deixou uma âncora em você chamada culpa, já não existe mais. Na verdade, desde o momento em que você saiu fisicamente do lugar onde estava quando aconteceu, aquele evento já não existia mais. Mas dentro de você, ele continuou existindo, até você eliminar a culpa e mudar as coisas. 

A culpa gera repetição, sempre na tentativa de reviver o passado para de alguma forma modificá-lo, mas você só consegue mudar o passado quando passa a agir diferente no presente, criando uma tendencia nova para o futuro. Quando você faz isso, quando muda o foco, a visão, se perdoa e decide fazer as coisas de maneia diferente, sem usar o passado como referência, você muda o passado, porque passa a ter uma nova referência, que é o seu presente.

E por isso que viver o AGORA é tão importante, porque o momento presente sempre será sua referência, e você sempre criará o seu futuro baseado nas suas tendências mais atuais, com seus erros anteriores corrigidos. Assim, seu futuro passa a ser realmente uma coisa nova, e não uma repetição de experiências passadas.

Além disso, quando você muda o seu passado, também muda todo o passado da humanidade, porque nenhuma ação isolada fica sem a sua devida reverberação no todo, como expliquei no começo. O que você faz, ou o que não faz, sempre afeta o todo. Seja fisicamente, objetivamente ou mesmo psicologicamente. Se sua maneira de pensar muda, todo o resto muda. Claro, que esta mais próximo de você vai receber um impacto maior do que quem está mais longe, mas em maior ou menor escala, todo o planeta sofre o impacto de um pensamento seu.

Quando eu digo aqui que é possível mudar o mundo, eu falo muito sério. Você realmente tem um peso importante em tudo isso. Agora, quando você desliga a consciência e se deixa levar pelo que a maioria está fazendo, você se submete às tendências do passado e presente da massa, e cria um futuro igual ou pior o que é o nosso presente como humanidade. Ser "Maria-vai-com-as-outras" é uma das maneiras de viver mais nocivas ao mundo que existe.

Eu sei que pensar diferente não é fácil, liberdade dá vertigem, decidir tudo sozinho pode ser um peso aparentemente pesado demais para alguns, mas o resultado de ser o senhor do seu destino compensa o esforço. Vale a pena ser livre da tirania do tempo controlado por relógios e calendários.

Seja senhor do seu tempo!

Se você chegou até aqui, é porque realmente está interessado neste assunto, quer ser senhor do seu tempo, quer mudar o passado, o presente e o futuro. Arrisco ainda a dizer que você, lá no fundo, acredita que ainda podemos mudar o mundo. E podemos.

Por isso quero convidar você a fazer uma revolução na sua vida. Primeiro assumindo o compromisso com você mesmo de que não vai mais tomar nenhuma decisão baseado em CULPA ou MEDO. A culpa é a âncora que te prende no passado, e o medo é a barreira que não lhe permite alcançar um novo futuro. 

Se você conseguir se assenhorar do MEDO e da CULPA, teremos vencido as duas maiores barreiras para que essa revolução possa acontecer. Primeiro em mim, depois em nós.

Não escrevi aqui nem 5% do que gostaria. Talvez isso vire uma série de posts, um podcast ou um e-book, não sei. Comentem aqui embaixo me dizendo o que gostariam que eu fizesse sobre isso, ok?


Até o próximo AGORA!

Giordano Nârada