quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Dinheiro não traz felicidade, disse o pobre infeliz


Dinheiro não traz felicidade, disse o pobre infeliz.

Felicidade é o nome daquilo que você sente quando realiza um desejo. Qualquer desejo. Seja um desejo simples, como tomar um sorvete de flocos com doce de leite em uma noite quente, seja um desejo mais complexo, como ter um filho. Felicidade é o alvo da realização de um desejo, e não existe felicidade sem isso. Algumas pessoas aprendem a se contentar com o que tem, enquanto outras têm desejos tão simples que conseguem ficar felizes por boa parte do tempo, o que pode dar a impressão de que é possível SER feliz, e não apenas ESTAR. Mas seja lá qual for o nível de simplicidade ou complexidade dos seus desejos, a realização deles é que é a responsável sua felicidade.

O contrário também é verdadeiro. A não realização dos desejos é a responsável pela nossa infelicidade. É o que chamamos de frustração. Sonhamos, traçamos metas, planejamos e batalhamos para conseguir realizar nossos desejos, mas quando não conseguimos, nos frustramos. Ficamos infelizes.

Agora, o dinheiro é um dos principais agentes transformadores de desejos em realidade. Claro, existem outros, mas não tão eficazes quanto o dinheiro. É por isso que gastamos a maior parte das nossas vidas em busca de dinheiro, porque na verdade, estamos em busca de felicidade.

Quem diz que dinheiro não traz felicidade, geralmente é quem tem pouco dinheiro, ou quem um dia teve muito dinheiro, mas perdeu. Quem tem um bom dinheiro geralmente discursa dizendo que dinheiro não é tudo, mas não diz que dinheiro não traz felicidade. Por de fato traz.

É o dinheiro que realiza 98% dos desejos de quem tem dinheiro, e os outros 2% ainda são realizados com uma parcela de ajuda do dinheiro.

Portanto, a questão não é se o dinheiro traz ou não felicidade. A questão é, quem vai servir quem quando a felicidade chegar?

Por muito tempo foi dito que o dinheiro corrompe as pessoas, mas isso não é verdade. O dinheiro não corrompe ninguém, mas revela o caráter de quem o possui. Não só revela, como potencializa também. Então, quem tinha uma tendência a ajudar as pessoas antes de ter muito dinheiro, passa a ajudar mais. Quem tinha uma tendência a prejudicar as pessoas antes de ter dinheiro, passa a prejudicar mais. Agora note que eu disse “tendência”. Dou ênfase a isso porque geralmente ninguém nota isso e tais pessoas até que ela tenha adquirido o poder que o dinheiro traz. É aí que o caráter fica evidente, e algumas pessoas se surpreendem, porque não haviam notado determinada característica na pessoa que até então, não tinha dinheiro.

Além dessa questão do caráter, tem a questão da personalidade. Por mais que a pessoa tenha um bom caráter, se ela não tiver uma personalidade forte, uma mente forte, ela vai se tornar escrava do dinheiro. E o que é para existir a serviço do ser humano, passa a existir como senhor. Uma inversão de papeis desastrosa.

O cenário ideal é que, quem adquire poder financeiro tenha personalidade para mostrar quem é que manda. O dinheiro precisa ser um escravo de quem o detém. Nada de dedicar a vida ao dinheiro, mas dedicar o dinheiro a vida. E se isso acontecer, se o dinheiro passar a servir ao seu dono, vai sim trazer felicidade, porque vai realizar desejos. Mas essa felicidade vai ser permanente? Não.

Não existe felicidade permanente porque não existe desejo realizado que nos satisfaça plenamente. Para cada desejo realizado, existirá pelo menos mais um novo desejo nascendo.

Então, o que nos resta fazer? Aceitar que somos um poço sem fundo dos desejos e viver para realizar o máximo deles? Nada disso.

Nenhum desejo tem o poder de fazer de você uma pessoa realizada, mas existe algo que é capaz de fazer isso, e esse algo é a Vontade. Você pode ler sobre a diferença entre desejos e Vontade CLICANDO AQUI.

No mais, não tenha medo do dinheiro. Nem use um ditado bobo como “dinheiro não traz felicidade” como desculpa para continuar vivendo uma vida mediana, daí pra baixo. Dinheiro traz felicidade SIM, e quem tem, geralmente é mais feliz do que quem não tem. Mas a minha questão aqui é outra. Será que felicidade, é realmente o que deveríamos buscar na vida? Existiria alguma coisa na vida que seria superior a felicidade?

A resposta é SIM, mas isso é assunto pra outro texto. =)

Giordano Nârada