domingo, 22 de dezembro de 2013

Que venham todos os fins, porque eu sei recomeçar

"Que venham todos os fins, porque eu sei recomeçar" - Alexandre Nero

Depois de tanto levar porrada na vida, aprendi a recomeçar. Já tive tantos recomeços que não sei dizer quantos foram, e na maioria deles, recomecei no deserto.

Eu sempre mirei alto em tudo o que fiz, sempre pensei grande, beirando a megalomania. Tudo o que eu fazia era sempre muito, sempre me dediquei quase que psicoticamente ao que acreditei, e isso sempre foi o segredo do meu sucesso e a causa da minha ruína. Tudo o que eu fazia dava certo, até eu descobrir que não era aquilo que eu queria, então eu abandonava com a mesma velocidade com que começava, e tudo desmoronava na minha cabeça, e sempre machucava alguém que estava por perto.

No ultimo tombo, fali um negócio com potencial milionário e perdi um relacionamento que achei que fosse pra toda a vida. Cai de um flat na Paulista pra uma república na Mooca, sem dinheiro pra comprar o Miojo nosso de cada dia. Fui virado do avesso, como quem é sugado por um buraco negro para o nada absoluto.

Foi quando eu percebi que precisava, não só recomeçar, mas nascer de novo, nascer de mim mesmo, nascer do espírito que é a Vontade. Assumi que estava só, e que nada mudaria isso ainda que eu estivesse acompanhado. Foi quando a solidão deu lugar a solitude, e deixou de ser tristeza para se transformar em parte da minha solução.

Mudei de cidade, mudei de negócios, mudei de ritmo, comecei a dormir um pouco mais, e principalmente, comecei a me enxergar um pouco mais, e descobri do que eu sou feito e o que eu vim fazer aqui.

Não existe coisa mais poderosa da vida do que o senso de propósito. Quando você sabe pra onde está indo, parece que o Universo realmente conspira e tudo se torna mais simples. Eu disse mais simples, não mais fácil. As dificuldades continuam aparecendo, mas eu tenho vencido TODAS, sem exceção. 

E esse processo todo se refletiu em coisas que eu escrevi aqui no blog e no meu perfil no Twitter, que começou como uma autodepreciação (@MerdaDeFilosofo) depois partiu pra uma tentativa tímida de me reposicionar (@Filosofeelings), mas ainda pintando um quadro ruim na minha vida, embora já estivesse melhorando. E agora que tudo está caminhando bem como nunca esteve em meus 30 anos de vida, estou assumindo minha própria identidade (@Giordano). Não preciso mais de alter-egos ou potencializações de lados obscuros de mim mesmo como uma tentativa de fuga. Não tenho do que fugir, nem porque fugir. Descobri que sou a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, e eu quero ser tudo o que eu posso ser, sem menos.

Estes 30 textos que escrevi aqui no blog, foram meio que um micro-resumo de tudo o que aprendi nesse ciclo. E também meu ritual de passagem. O Vômitos da Alma vai deixar de existir porque minha alma está sadia, não tenho mais o que vomitar. O Filósofo de Merda não existe mais, porque já não estou mais "na merda". Eu mudei? Não, não mudei. Ninguém muda. Mas eu me enxerguei e já sei pra onde estou indo. Não estou mais perdido, e isso muda tudo!

A única coisa em que vale a pena investir a vida, é na busca por si mesmo, e por reconhecer e realizar a sua Verdadeira Vontade. Eu sei disso, e é por isso que estou contando isso tudo aqui. E de agora em diante, minha vida está dedicada a ajudar quem ainda está perdido como eu estive, que não sabe quem é nem o que está fazendo aqui.

Vou criar um novo blog, gravar áudios, vídeos, escrever livros, conversar individualmente, enfim, vou usar todas os meios de comunicação e a habilidade que tenho de me comunicar para produzir ferramentas para que você descubra e realize sua Verdadeira Vontade. 

A Fábrica de Sonhos também vai acontecer, que é uma encubadora de idéias, que vai ajudar você a tirar o seu sonho da cabeça, colocar no papel e depois em prática. Eu nasci pra isso e você merece tudo isso.

Hoje eu estou bem, em paz e crescendo em direção ao meu objetivo de vida, tudo isso porque aprendi as coisas que tenho escrito aqui no blog e no Twitter. E ainda tenho muito mais a dizer, com certeza também a aprender.

Já perdi umas duas mil pessoas que me acompanhavam no Twitter, e umas 20 mil que liam o meu blog de humor por conta dessa mudança. E continuo perdendo gente todos os dias, mas os poucos que ficaram e os poucos que estão chegando, tem demonstrado que são aqueles poucos que vão sacudir esse mundo junto comigo. 

Este mundo não será mais o mesmo depois que um pequeno grupo de pessoas entender a importância e o poder da Verdadeira Vontade, e eu vou dar a minha contribuição para isso. Sou um sonhador? Sou sim, mas como diria John Lennon, não sou o único.

Pra terminar, quero dizer que todo esse processo aconteceu sob a guarda de uma menina chamada Bruna, que conheci em 19/10/2012 em Florianópolis. Foi ela que me enxergou, debaixo de toda aquela bagunça que eu mesmo havia feito, e soube esperar a minha auto-reconstrução sem interferir, ficando do meu lado o tempo todo, suportando minhas crises existenciais com paciência. E que agora comigo começa a desfrutar do resultado do processo. 

Quando eu fiquei na pior, todos foram embora. TODOS MESMO! Mas ela chegou bem na hora, e ficou. Mesmo sabendo que eu tinha que resolver as minhas coisas sozinho, ela ficou por ali. E nos momentos em que eu duvidei de mim mesmo, eu via fé nos olhos dela. As vezes você precisa dos olhos de alguém para enxergar quem você é.

Não se engane, não existe ninguém no planeta que vá resolver você, ou resolver pra você. Isso é trabalho seu, sozinho. Mas se por acaso seu caminho cruzar com o de alguém que está também em seu próprio caminho, e esse alguém decidir caminhar com você, será um daqueles raros presentes que você deve preservar por toda a vida. 

Ninguém pode caminhar por você. Nesse sentido, você está só. Mas é possível que você encontre alguns companheiros de jornada, e algumas vezes, encontre a força que precisa no reflexo dos seus olhos.

Pra quem fica, meu conselho é que invista tudo o que você tem em descobrir e realizar a sua Verdadeira Vontade. É a única coisa que vale a pena na vida.

Pra quem continua comigo nas próximas empreitadas, nada de preguiça, temos ainda muita coisa por fazer.

=)

Giordano Nârada
23/12/2013

sábado, 21 de dezembro de 2013

2 dicas práticas sobre como descobrir a sua Verdadeira Vontade


Hoje percebi que escrevo para perdidos.

Sem medo de errar, posso dizer que 98% (ou mais) das pessoas que me leem, não fazem a mínima ideia do que estão fazendo aqui nessa imensa bola azul que a gente chama de Terra.

Nos últimos 27 dias, escrevi 27 textos que abordavam, a partir de vários ângulos e maneiras diferentes a questão do propósito de vida, e todas as manifestações dos leitores que chegaram até mim carregavam a mesma angustiante pergunta: “Como descobrir e realizar a minha Verdadeira Vontade?”

E é quase inacreditável perceber que as pessoas não sabem o que querem. 

Antes de lerem as coisas que escrevi aqui, a maioria dessas pessoas ainda acreditava que desejos e Vontade era a mesma coisa. Então, quando descobriram que estavam gastando a vida para realizar desejos que não tem o poder de preencher ninguém, enquanto que a Vontade era cada vez mais suprimida até desaparecer, começou a acender uma chama diferente no peito. Mas isso sempre começa com angústia.

É angustiante perceber que você não sabe o que quer.

Investir a vida toda na empreitada de realizar seus desejos, é como tomar Coca-Cola para matar a sede. Refresca na hora, mas daqui a pouco você vai precisar beber água, porque vai dar mais sede. E se você se recusar a beber água, para beber só Coca-Cola todas as vezes que estiver com sede, alguns meses depois vai estar em uma mesa de cirurgia para remover pedras nos rins. 

O poço dos desejos não tem fundo. Quanto mais você os realiza, mais desejos surgem, e cada vez maiores e em maior quantidade. A busca da realização dos desejos é a nossa ruína.

A Vontade, por sua vez, é o que algumas religiões e filosofias chamam de espírito. Em outras palavras, a Vontade é quem você realmente é. E a crise de “ser” e de “ter” é porque nós ficamos confusos entre fazer o que o mundo diz que devemos fazer, ou ser aquilo que o nosso “coração” diz que somos. E então, ficamos divididos porque vemos uma multidão de pessoas caminhando em uma direção, enquanto dentro de nós, lá no fundo, sabemos que o nosso caminho não é aquele. Então entramos em crise.

Eu tenho uma premissa que diz que se tem muita gente fazendo a mesma coisa, tem alguma coisa errada aí. Seguir a multidão nunca é a melhor opção, pelo menos por enquanto. Isso porque ninguém sabe pra onde está indo, mas existe sempre uma minoria poderosa e mal intencionada manipulando a multidão. Então eu literalmente fujo das grandes aglomerações, sejam elas físicas ou apenas no campo das ideias.

Por exemplo, houve um momento em que eu achei que queria ser comediante. Ao mesmo tempo, houve uma explosão de Stand Up Comedy, programas de comédia na TV e na Internet, blogs de humor e uma verdadeira multidão de engraçadinhos que decidiram erguer uma bandeira estilo “A Zuera não tem limites”. Quando eu percebi que TODO MUNDO estava fazendo a mesma coisa, eu parei para pensar. Pensei e percebi que isso era uma fuga em massa da realidade. E percebi que eu mesmo estava tentando fugir da minha realidade. Então, ao invés de continuar fugindo, eu encarei meus problemas de frente e os resolvi. Os que ainda ficaram é porque tem um ciclo mais longo, mas estão em processo, já encaminhados. 

Quando eu fiz isso, comecei a me enxergar um pouco mais e a me sentir um pouco menos angustiado, um pouco mais em paz. Tudo porque estabeleci esse sentido de alerta de que, quando tem muita gente fazendo a mesma coisa, tem alguma coisa errada.

O maior inimigo da Vontade é o medo, mas o outro grande inimigo da Vontade é a multidão. A alma da coletividade interfere para o mal no espírito de individualidade que a Vontade tem. Sua Vontade é única. Ela pode até caminhar lado a lado com a Vontade de outras pessoas, mas nenhuma será exatamente igual a sua. Mas não confunda individualidade com individualismo.

A individualidade nada tem a ver com egoísmo, isso é individualismo. A individualidade se concentra em você atingindo o máximo do seu potencial, sem se perder no outro. Só que você atingindo o seu potencial, significa sua máxima contribuição para o todo, porque sua Vontade nunca é para você realmente, é sempre para o outro.

Por exemplo, se sua Verdadeira Vontade é escrever, você vai escrever para quem? O escritor escreve para ser lido por outra pessoa, ou seja, o seu trabalho foi feito para outro.

É preciso que isso esteja muito claro em sua mente: sua Verdadeira Vontade sempre estará relacionada à produzir alguma coisa para outras pessoas. Não existe uma pessoa cuja Verdadeira Vontade e passar o resto da vida em uma ilha deserta tomando água de coco sozinha. Não existe Verdadeira Vontade de comprar uma cobertura em Miami para passar as férias. Isso são desejos. Não significa que você não pode ter um apartamento em Miami, claro que pode, mas isso deve ser consequência, não alvo final.

Então, sabendo você que a sua Verdadeira Vontade é o seu potencial em busca de expressão, é quem você realmente é, e é a sua missão na vida, comece por identificar o que NÃO É a sua Vontade, ou seja, os desejos.

Faça uma lista das coisas que você deseja, e dessa lista, veja o que é só para seu benefício próprio, e o que é para benefício de outra pessoa. Sua viagem de férias para Paris, inicialmente, é só para você. A criação de um negócio voltado para o ensino de idiomas, é algo que não é só para você. 

Agora separe as duas coisas em listas separadas. Na lista 1 ficarão os desejos que beneficiam somente a você, e na lista 2 ficarão os desejos que beneficiam outras pessoas também.

Depois de as duas listas criadas, identifique na lista 2 qual destas coisas você acredita que poderia fazer para o resto de sua vida, de graça. Se você conseguir encontrar essa coisa na lista, você encontrou o seu caminho para a Verdadeira Vontade. Ainda não é ela, mas é o caminho para ela.

Se você não conseguir encontrar o que procura nessa lista, talvez você tenha que partir para o plano B, que é criar uma lista de coisas que você definitivamente não quer na sua vida. A sua lista negra.

Do lado esquerdo da lista, você vai escrever tudo o que você não quer na sua vida para o futuro, e do lado direito da lista, você vai escrever tudo aquilo que você tem na sua vida HOJE e que de algum modo, poderia afetar o seu futuro (trabalho, estudos, relacionamentos, atc). Depois das duas colunas feitas, tente ligar a coluna da esquerda com a coluna da direita. Se houver ligação, você já sabe o que precisa mudar na sua vida.

Quando a gente não sabe o que quer, precisa saber pelo menos o que não quer.

Faça isso e me conte o resultado depois. Ainda vamos conversar muito sobre essa assunto.

=)


Giordano Nârada

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O TEMPERO DA VIDA - Teste de Temperamento


O mundo só começa a fazer sentido quando você descobre quem você é, mas eu e você sabemos que isso não é nada fácil. A maioria das pessoas morre sem saber quem era de verdade, e dentre essas, uma boa parte nem sabia que não sabia.

Apesar de a busca do autoconhecimento ser uma tarefa realmente difícil, esse é o único caminho para a autorrealização consciente. É claro que existem algumas pessoas que, inconscientemente ou intuitivamente, encontram sua Verdadeira Vontade e a vivem sem nem ao menos perceber que estão fazendo algo tão fantástico para a maioria de nós, mas isso é exceção, não regra. A regra é: se eu não souber quem eu sou, não vou conseguir viver tudo o que eu posso viver, e não encontrarei a realização na vida.

Bom, não existe uma fórmula para o autoconhecimento, pelo menos não ainda, mas existem algumas ferramentas que podem ajudar. Uma delas é a identificação do seu temperamento.

O temperamento é uma combinação de características que afeta, ou até mesmo determina, nossas ações e reações no dia a dia. Se você conhece o temperamento de alguém, é possível até mesmo antever o tipo de reação que essa pessoa terá em determinada situação, por exemplo.

Os temperamentos são quatro: Colérico, Sanguíneo, Fleumático e Melancólico. Todos nós temos um pouco dos quatro, mas dois sempre se sobressaem. Mesmo assim, um dos dois é sempre mais acentuado, se tornando a sua característica principal.

Abaixo vou fazer um resumo das características de cada temperamento, pra que você encontre o seu:

COLÉRICO (Fogo)

Uma pessoa de temperamento Colérico, geralmente é determinada e decidida. Muitas vezes essa determinação pode aparecer também como teimosia. Geralmente vence discussões, ou no argumento, ou no grito. Não aceita não como resposta e vive em busca de novos desafios. O Colérico é movido a desafios. Fraqueza também é uma característica forte.

Geralmente não tem paciência com pessoas apáticas, paradas, e é um líder na maioria das situações e um excelente comunicador, além de sempre estar motivado por suas próprias razões, não necessitando de estímulos externos para isso. Para estar motivado, o Colérico só precisa de um espelho.

Características:

Cruel 
Agressivo 
Auto suficiente 
Tem muita força de vontade
Dinâmico 
Prático

SANGUÍNEO (Ar)

O sanguíneo é espontâneo e brincalhão, amigo de todo mundo. Geralmente toma decisões precipitadas, porque as toma baseado na euforia do momento. Geralmente é engraçadinho da turma, gosta de abraçar e fica triste quando percebe que alguém não gosta dele.

A constância não é o seu ponto forte, já que muda de ideia o tempo todo. Suas opiniões, geralmente mudam conforme o público, ou as pessoas próximas. Tudo para agradar.

Características: 

Impulsivo
Falante 
Egoísta 
Interesseiro 
Desinibido 
Vontade Fraca

FLEUMÁTICO (Água)

O Fleumático é geralmente reservado. Nem sempre é tímido, mas não gosta de se expor. Correr riscos também não é uma característica sua, sendo do tipo que calcula muito, muito, muito mesmo, antes de fazer alguma coisa.

Se eu pudesse descrever o Fleumático em uma imagem, seria ele deitado na cama pensando, pensando, pensando... E também não lida muito bem com pressão. Geralmente anda devagar, não é do tipo empreendedor ou líder. Seus sonhos são simples, é do tipo romântico, mas as coisas acontecem mais dentro da sua cabeça do que fora.

Características:

Cauteloso 
Pacífico 
Leal 
Passivo 
Temeroso

MELANCÓLICO (Terra)

O Melancólico é do tipo que senta e chora. Introvertido na maior parte do tempo e supersensível, geralmente tem a autoestima muito baixa e sempre acha que fez alguma coisa errada. Isso o leva geralmente a ser perfeccionista, na tentativa de não sofrer a dor de se sentir rejeitado por causa do erro.

É do tipo que se sacrifica pelo outro, especialmente amigos e família. Amigo fiel, se dá totalmente. É supercarinhoso, mesmo quando não recebe nada em troca. Quando está feliz, costuma esquecer um pouco a timidez, mas se perceber que está exagerado, volta a ficar introvertido e desaparece em si mesmo. Além disso, o melancólico é bastante persistente, mas corre o risco de cair em depressão quando não consegue o que quer.

Características:

Talentoso 
Abnegado (Sacrifício)
Depressivo 
Complexo de Inferioridade 
Ira


Este é um resumo dos quatro temperamentos, e você é uma combinação destes quatro. Para entender melhor o seu, sugiro que faça um teste de temperamento.

Compreender como o seu temperamento afeta a sua vida é crucial para saber como extrair e desenvolver o melhor de você, e ao mesmo tempo, saber o que é preciso equilibrar e controlar, para atingir o máximo do seu potencial.

Provavelmente falaremos bastante sobre isso em outros textos, quem sabe até trabalhemos cada um dos temperamentos e suas combinações. Há muito mais a dizer, e muito a conhecer.

Enquanto isso faça o teste e me conte depois o que achou.
Eu separei um teste online pra você: http://educamais.com/teste-de-temperamento/

=)


Giordano Nârada

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

SENHORES DO TEMPO - Mudando o passado


Hoje eu assisti a um filme chamado The Power of Few, que em uma tradução livre seria O Poder de Poucos, ou O Poder de Alguns. Quando eu li a sinopse, achei que era uma coisa totalmente diferente do que encontrei, não esperava que fosse me impactar tão fortemente.

Digo impactar porque desde sempre, me questiono e questiono a outros sobre o significado real do Tempo, sua influencia na vida, e a influencia das nossas escolhas no Tempo. E quando falo de Tempo, com “T” maiúsculo, não estou falando de horas, dias, messes e ano, embora isso faça parte, em um nível mais denso do Tempo. Estou falando do conceito de passado, presente e futuro.

Para não dar spoiler, vou tentar falar apenas genericamente sobre o filme, que começa propositalmente confuso, algumas peças vão se encaixando durante a trama, mas você não sabe muito bem porque, até que... BOOM! SUA MENTE EXPLODE!

Quer dizer, não sei se a sua mente vai explodir, mas a minha quase explodiu quando comecei a entender o significado sutil do que aconteceu ali, e depois passei mais ou menos uma hora repassando mentalmente os eventos e as falas, e então fui compreendendo realmente o que cada evento e fala significou ao longo do filme.

Embora os textos fossem objetivos em cada cena, no fim do filme eles ganham um outro sentido, pois estão carregados de significados subliminares, todos sobre a mensagem central do filme que é como o presente, o futuro e o passado podem ser totalmente modificados por uma simples atitude de uma pessoa comum.

Sim, eu disse que o passado pode ser modificado.

Já há alguns anos que venho refletindo sobre a possibilidade de o passado ser modificado. Talvez soe um tanto insano para as mentes menos questionadoras, mas se você pensar profundamente sobre algumas coisas que vamos conversar aqui, talvez se abra para algumas possibilidades fantásticas.

Outro dia eu escrevi aqui no blog um texto chamado “Existe apenas umde nós”, em que eu falo sobre como uma pequena atitude de uma pessoa comum, pode desencadear uma série de reações em pessoas totalmente desconhecidas, com potencial de até mesmo, revolucionar a História. Porém, eu trato ali sobre uma atitude no presente que transforma o futuro sem que, muitas vezes, a pessoa que foi o estopim de tudo sequer perceba que fez alguma coisa sobre aquilo. Por exemplo, aquele dia que você foi sair de carro e esqueceu as chaves dentro de casa e teve que voltar para buscar e, enquanto você procurava as chaves, um acidente de carro aconteceu no caminho em que você seguiria. Você passou por lá posteriormente, notou o acidente, diminuiu a velocidade, pensou a respeito da segurança no volante e seguiu viagem, sem notar que se você não tivesse esquecido as chaves do carro dentro de casa antes de sair, teria se envolvido também naquele acidente. E ainda, se você houvesse realmente se envolvido naquele acidente, causaria uma nova onda de reações que tornariam o mundo diferente do que é hoje, já que você não sofreu aquele acidente.

Coisas como essa acontecem o tempo todo, nossas vidas se cruzam o tempo todo, nos tocamos o tempo todo, mesmo sem perceber. O que eu estou fazendo agora, vai influenciar na vida de todos no planeta, TODOS! Vai influenciar você que está lendo, e que vai tomar decisões influenciado pelo que leu aqui, decisões estas que por sua vez irão influenciar outras pessoas que nunca leram e talvez nunca venham a ler o que escrevo. Lá na frente, na outra ponta da corrente, estou eu de novo. Recebendo, ainda que em uma escala infinitesimal, a consequência de uma ação que eu mesmo criei, quando escrevi este texto. É o chamado efeito borboleta, uma reação em cadeia que está acontecendo agora mesmo, enquanto estamos juntos aqui, eu escrevendo este texto às 04:38 do dia 20/12/2013, enquanto você lê este mesmo texto em algum ponto no futuro.

Em outras palavras, através do meu texto estou tocando você no futuro, enquanto você viaja para o passado através destas palavras. Isso transforma este texto em um “lugar” no espaço-tempo onde passado, presente e futuro se encontram. Eu escrevo no meu presente o que você lê no futuro, mas que para você foi escrito no passado. Então, o que está acontecendo em minha mente agora, no presente, e que estou transferindo para este texto, está sendo “congelado” no tempo. O meu "agora", se tornou o seu "agora", ainda que o meu "agora" tenha uma referência numérica diferente no calendário, ou no relógio.

Sim, estamos os dois lendo o mesmo texto AGORA!

Como não posso contar o filme aqui, já que provavelmente você vai assistir no futuro (ou no presente, ou passado, sei lá. rs.) vou criar uma cena aqui. Imagine que um homem chamado Fernando, em 2030, seja o responsável por criar um sistema estável, seguro e eficaz de teletransporte, e torna esse sistema acessível a todos. Com esse sistema de teletransporte é possível enviar qualquer coisa ou pessoa para qualquer lugar do planeta em menos de 10 segundos. Imagine a revolução disso! É o mundo da instantaneidade, sem carros nas ruas ou aviões nos céus. Você faz uma compra pela internet e o seu produto surge em sua sala de estar em menos de um minuto. Você poderia visitar qualquer lugar do mundo a qualquer hora do dia no seu horário de café. Os acidentes de transito seriam reduzidos à zero, a saudade não existiria mais para quem mora longe, quem sabe até você poderia se mudar com casa e tudo para a Suécia apenas apertando um botão. Imagine esse mundo totalmente transformado por uma tecnologia desenvolvida por um homem chamado Fernando. Agora imagine que o Fernando tem uma história.

Antes de começar a estudar física quântica, Fernando conheceu uma garota chamada Alice. Os dois tinham 19 anos e não pensavam em nada, apenas em curtir a vida. Em uma manhã de Domingo, depois de uma noitada regada a bebidas e outras drogas não legalizadas, Fernando e Alice voltavam para o apartamento do seu amigo Rui, que os havia hospedado naquele fim de semana em São Paulo, para juntos irem a tal festa do ano. Fernando dirigia um Gol cinza, que havia acabado de comprar em 36 parcelas, para poder passear com a namorada. No cruzamento da Rua Augusta com a Avenida Paulista, uma caminhonete em alta velocidade, vindo em sentido contrário, invadiu o lado da rua em que Fernando e Alice estavam, atingindo o carro de frente. Alice havia esquecido de colocar o cinto de segurança, pois estava um tanto sonolenta da noitada, e sua vida acabou ali. Fernando ficou alguns dias no hospital, onde recebeu a notícia de que Alice estava grávida, mas teria perdido o bebê no acidente. Agora Fernando havia perdido o amor da sua vida, e também o fruto deste amor de adolescente, sem ao menos ter tido a oportunidade de vê-lo uma única vez. Daquele dia em diante, Fernando nunca mais sorriu, e decidiu que sua missão de vida seria a de resolver o problema no trânsito do mundo. E foi o que ele fez.

Se Alice não houvesse morrido e eles tivessem tido o bebê, o mundo teria mudado tão radicalmente, e ainda em tão pouco tempo? Ou será que Fernando teria virado um pai de família e terminado a vida como professor de cursinho?

O que acontece no seu passado influencia o seu futuro, e as decisões que você toma à partir daí, tem potencial para sacudir o planeta.

O mundo de hoje é resultado da soma incalculável de decisões que nossos antepassados, todos eles, tomaram. E assim continuará sendo o mundo do futuro, fruto das decisões que tomamos agora. Apesar de não parecer, a mínima decisão da pessoa mais comum, pode ter uma influencia decisiva para o futuro de toda a humanidade. Esse é um dos grandes motivos pelos quais tenho dito que existe apenas um de nós. Mas há ainda uma coisa que quero discutir com você.

Se o presente é resultado do passado, e o futuro é resultado do presente e do passado somados, quando eu altero o meu futuro, altero também o meu passado?

A resposta é SIM!

Porque uma coisa está totalmente ligada a outra. Na verdade, uma coisa É a outra. É tudo uma coisa só, já que passado, presente e futuro são apenas uma maneira minimamente didática de nos referirmos a coisas que fizemos enquanto o planeta estava em uma posição diferente da que está hoje no cosmos. Mas apesar de o planeta girar e se mover na Via Láctea, você não se move. Digo, você até se move quando a Terra se move, mas este não é o seu movimento, é o movimento da dela. Então, se não nos movermos, nossa vida também não se move. Nossas decisões fazem nossa vida seguir. Mas se ficarmos estáticos, vendo a Terra girar achando que alguma coisa diferente vai acontecer pelo simples fato de o Sol ter desaparecido em um horizonte e reaparecido no outro, vamos permanecer exatamente como estamos. Isso é porque não é o tempo que passa, é o planeta que se move. Não é o nascer e por do Sol que fazem sua vida mudar, são suas decisões.

Sendo assim, assumo que passado, presente e futuro sejam uma coisa só: SUA VIDA. E admitindo que todas as coisas acontecem na sua vida, independente de quantas voltas a Terra deu ou dará em torno do Sol, mudar qualquer coisa na sua vida significa mudar o presente, o futuro e o passado. Especialmente o passado. 

É o passado que determina o que tende a acontecer. Se eu souber de onde você está vindo, tenho grandes chances de prever pra onde está indo. É assim que uma empresa sabe se vale a pena lançar um produto ou não, fazendo pesquisa de mercado para saber o que as pessoas estão fazendo. À partir das informações do passado de um grupo de pessoas, é possível determinar se um produto terá uma boa aceitação ou não. E ainda, é com base nas informações de consumo que uma indústria consegue programar a fabricação dos seus produtos. Em outras palavras, o comportamento humano do passado, pode prever o comportamento humano do futuro.

Faz parte do ser humano querer repetir as coisas, tanto as boas quanto as ruins. Repetimos as coisas boas por motivos óbvios, é bom. Queremos perpetuar os bons momentos. Já as coisas ruins, geralmente as repetimos na tentativa de fazer melhor dessa vez. Na tentativa de redimir o que aconteceu em uma experiência anterior, de mudar o passado.

Agora, não se muda o passado criando um outro evento parecido. Pode até servir como um alento psicológico, para aliviar um pouco da culpa, mas não muda nada. Ou melhor, muda, porque aquele evento do passado já não existe mais, porém um novo foi criado, então o velho ressurge no novo.

Agora, quando você segue em uma direção nova, diferente daquela que trilhou antes, não por culpa mas por Vontade, você muda o presente, o futuro e o passado. As mudanças no presente e no futuro você já sabe, mas eu quero esclarecer porque o passado também muda. 

Todas as experiências que você viveu, pertencem a você. Mas não como um objeto, que você guarda na gaveta, deixando em casa quando sai. Você sempre leva as suas experiências com você, porque elas são parte de você. Suas experiências SÃO VOCÊ! 

Você é o seu passado tocando o presente e criando o futuro.

Quando você muda, tudo muda, inclusive e especialmente o seu passado. Aquele evento do passado doloroso que deixou uma âncora em você chamada culpa, já não existe mais. Na verdade, desde o momento em que você saiu fisicamente do lugar onde estava quando aconteceu, aquele evento já não existia mais. Mas dentro de você, ele continuou existindo, até você eliminar a culpa e mudar as coisas. 

A culpa gera repetição, sempre na tentativa de reviver o passado para de alguma forma modificá-lo, mas você só consegue mudar o passado quando passa a agir diferente no presente, criando uma tendencia nova para o futuro. Quando você faz isso, quando muda o foco, a visão, se perdoa e decide fazer as coisas de maneia diferente, sem usar o passado como referência, você muda o passado, porque passa a ter uma nova referência, que é o seu presente.

E por isso que viver o AGORA é tão importante, porque o momento presente sempre será sua referência, e você sempre criará o seu futuro baseado nas suas tendências mais atuais, com seus erros anteriores corrigidos. Assim, seu futuro passa a ser realmente uma coisa nova, e não uma repetição de experiências passadas.

Além disso, quando você muda o seu passado, também muda todo o passado da humanidade, porque nenhuma ação isolada fica sem a sua devida reverberação no todo, como expliquei no começo. O que você faz, ou o que não faz, sempre afeta o todo. Seja fisicamente, objetivamente ou mesmo psicologicamente. Se sua maneira de pensar muda, todo o resto muda. Claro, que esta mais próximo de você vai receber um impacto maior do que quem está mais longe, mas em maior ou menor escala, todo o planeta sofre o impacto de um pensamento seu.

Quando eu digo aqui que é possível mudar o mundo, eu falo muito sério. Você realmente tem um peso importante em tudo isso. Agora, quando você desliga a consciência e se deixa levar pelo que a maioria está fazendo, você se submete às tendências do passado e presente da massa, e cria um futuro igual ou pior o que é o nosso presente como humanidade. Ser "Maria-vai-com-as-outras" é uma das maneiras de viver mais nocivas ao mundo que existe.

Eu sei que pensar diferente não é fácil, liberdade dá vertigem, decidir tudo sozinho pode ser um peso aparentemente pesado demais para alguns, mas o resultado de ser o senhor do seu destino compensa o esforço. Vale a pena ser livre da tirania do tempo controlado por relógios e calendários.

Seja senhor do seu tempo!

Se você chegou até aqui, é porque realmente está interessado neste assunto, quer ser senhor do seu tempo, quer mudar o passado, o presente e o futuro. Arrisco ainda a dizer que você, lá no fundo, acredita que ainda podemos mudar o mundo. E podemos.

Por isso quero convidar você a fazer uma revolução na sua vida. Primeiro assumindo o compromisso com você mesmo de que não vai mais tomar nenhuma decisão baseado em CULPA ou MEDO. A culpa é a âncora que te prende no passado, e o medo é a barreira que não lhe permite alcançar um novo futuro. 

Se você conseguir se assenhorar do MEDO e da CULPA, teremos vencido as duas maiores barreiras para que essa revolução possa acontecer. Primeiro em mim, depois em nós.

Não escrevi aqui nem 5% do que gostaria. Talvez isso vire uma série de posts, um podcast ou um e-book, não sei. Comentem aqui embaixo me dizendo o que gostariam que eu fizesse sobre isso, ok?


Até o próximo AGORA!

Giordano Nârada

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

PESSOAS NÃO MUDAM, IDEIAS SIM


Pessoas não mudam, mas ideias sim. Seu temperamento permanece o mesmo, sua personalidade permanece a mesma, mas suas ideias podem mudar, e muito, sempre que você se abrir pra isso.

Mas é claro, como tudo o que envolve um ser humano no processo, existem os extremos. Existe o que nunca muda de ideia, porque foi tão enraizadamente aculturado naquele caminho que acredita ser aquela a verdade absoluta, e existe aquele que muda de ideia o tempo todo, como quem muda de roupa. Tanto um quanto o outro estão tocando os extremos de uma mesma coisa, mas nós sabemos que só é possível chegar ao equilíbrio conhecendo os extremos.

Quem não muda de ideia, nunca analisa um ponto de vista diferente. Ou, quando analisa, é somente com o objetivo de encontrar argumentos para criticar e vencer uma discussão. Este indivíduo, pelo tempo que mantiver este posicionamento, estará fadado a sofrer de nanismo existencial, e sua consciência ficará atrofiada, já que não se permitirá crescer. Quem tem coragem para mudar de ideia, se abre para possibilidades infinitas, à partir do seu próprio conhecimento ou do conhecimento de outra pessoa. Buscar conhecimento e mudar de ideia quando necessário, dará a você condições de evoluir.

Mudar de ideia o tempo todo elimina a possibilidade de que você vire um anão de consciência, porém fará com que você nunca construa nada de realmente significativo, porque não dará tempo de qualquer coisa amadurecer, a não ser que você plante a semente e outra pessoa regue. Mas se quiser plantar e colher, terá que buscar um pouco de constância e perseverança. E essas habilidades não se desenvolvem em uma pessoa que muda de ideia o tempo todo.

O ideal é que você consiga encontrar um ponto de equilíbrio entre as duas coisas. Equilíbrio esse em que você consiga ser firme e constante em suas decisões, levando a sério aquilo que acredita e fazendo planos de longo prazo, ao mesmo tempo em que avalia todas as possibilidades, o tempo todo, não deixando passar uma oportunidade de ser melhor, ainda que isto lhe custe mudar de ideia, e todas as consequências que uma mudança carrega.

Não importa se outras pessoas vão dizer que você está maluco, ou que fariam diferente e melhor. Nenhuma outra pessoa sabe das suas decisões melhor do que você. E também, nenhuma delas se responsabilizará por qualquer consequência das suas decisões, é tudo por sua conta. Portanto, ainda que você busque conselhos em algum lugar, não deixe que outra pessoa tome nenhuma decisão por você. Decida, mesmo que seja necessário mudar de ideia em seguida.

Além do mais, tudo está em constante movimento de mudança o tempo todo, se você não estiver disposto a mudar de ideia, não vai sobreviver por muito tempo nesse mundo. Pelo menos não com motivos pra sorrir.

Mudar de ideia não é sinal de fraqueza, muito pelo contrário, quando tomada de forma consciente, inclusive de suas consequências, é um sinal de grande força. Mas tome cuidado para não se tornar uma pessoa inconstante demais, mudando de ideia sempre que alguém lhe dá uma opinião diferente, ou sempre que uma dificuldade nova surge.

Isso também tem um pouco a ver com temperamento, e talvez eu fale um pouco sobre isso no próximo texto.

Sempre procure reunir o maior número de informações possível sobre cada decisão importante que você precisa tomar, e suas consequências. Entenda as consequências e decida mudar de ideia ou não. Só não coloque como consequência de peso o que as pessoas vão dizer de você quando mudar. Isso não é muito importante. O mais importante é que cada decisão que você tome esteja alinhada aquilo que é a sua Verdadeira Vontade, de acordo com o nível de consciência que você tem no momento. Com o tempo, seu nível de consciência vai aumentando, e as ideias vão mudando. Mesmo dando certo, as pessoas vão falar do mesmo jeito, ignore.

Se alguém perguntar por que você mudou de ideia diga: “Eu cresci, e vou continuar crescendo. É por isso que vou mudar de ideia várias vezes mais”.

Jamais tenha medo de mudar de ideia. Se der errado, mude de ideia de novo. Só que dessa vez, mais maduro do que na decisão anterior.

Pense fora da caixa. ;)


Giordano Nârada

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A VERDADE SOBRE A VERDADE


Verdade de fora pra dentro é mecanismo de controle, mas quando é de dentro pra fora, se torna instrumento de liberdade.

Houve um tempo em que eu acreditei que as pessoas poderiam mudar. Mais ainda, acreditei que eu poderia mudar as pessoas. Eu pensava que se eu estivesse munido de razão, poderia convencer uma pessoa racional a mudar. Mas com o tempo, eu fui compreendendo melhor o ser humano e compreendi que ninguém é capaz de mudar ninguém. E isso é porque ninguém muda. O que muda é a maneira de uma pessoa apresentar aquilo que é, ou aquilo que ela gostaria que as pessoas pensassem que ela é. Ou ainda, uma pessoa pode apresentar ao mundo aquilo que lhe fizeram acreditar que ela é, embora não seja. Então, quando vemos alguém que “mudou”, o fenômeno que observamos é, na verdade, uma nova faceta desta pessoa se revelando, seja esta faceta verdadeira ou não.

Eu entendi isso quando comecei a estudar sobre a Verdadeira Vontade, que é o seu potencial em busca de expressão, ou seja, é o que você realmente é. Entendendo que existe uma divisão entre o que você realmente é, e aquilo que geralmente você apresenta para a sociedade, comecei a compreender que existem verdades externas, e verdades internas.

Verdades externas são regras, caminhos ou convenções baseadas inicialmente na crença de uma pessoa, em sua verdade interna, porém aplicada a outras pessoas que não necessariamente possuem aquela mesma verdade, nem qualquer correspondência. Quando um indivíduo se submete a uma verdade externa que não condiz com sua verdade interna, este passa a ser controlado.

Por exemplo, uma determinada religião estabelece como verdade que uma mulher não pode se relacionar fisicamente com outra mulher, porém, certa mulher, que participa desta religião, tem como verdade interna que o relacionamento, seja ele físico ou de qualquer outra natureza,  independe do gênero. Neste momento, uma verdade externa entra em conflito com uma verdade interna. À partir daqui, duas coisas podem acontecer. Ou a verdade externa vai controlar esta mulher, que vai se submeter a esta verdade, ou a sua verdade interna vai obrigá-la a romper com esta verdade externa para poder ser livre. Este é um exemplo de como a verdade externa escraviza, enquanto a verdade interna liberta.

Eu utilizei o exemplo da religião, mas esse não é o único exemplo de quando uma verdade é utilizada como mecanismo de controle. Os pais fazem isso com os filhos quando dizem que estes lhe devem respeito porque eles são seus pais. É uma verdade dos pais, que provavelmente herdaram de seus pais também, e que agora tentam transferir para seus filhos. Eu já penso que você deve respeito a quem conquista o seu respeito. Não é porque um homem fez amor com uma mulher e esta deu a luz a uma criança, que um ou os dois merecem respeito. Qualquer um pode gerar uma criança, mesmo um político corrupto, um assaltante de bancos, um pedófilo ou um assassino. Eu devo respeito a um destes por ele ser meu pai? Eu penso que não, mas isso SOU EU. Não significa que você deve pensar a mesma coisa, porque essa é a minha verdade interna.

Entende o que eu quero dizer?

A maioria de nós vive debaixo de camadas e mais camadas de verdades externas, se deixando controlar por elas, especialmente se muitas pessoas concordam com ela. Temos a péssima mania de ficar do lado da maioria, mas se você observar bem, vai perceber que sempre onde muita gente concorda, a maioria não sabe nada sobre o que está concordando.

Uma outra coisa que acontece, que é tão perigosa quanto seguir a multidão, é confundir nossa cultura, formação e informação, com quem nós somos. As vezes abraçamos o discurso de “eu aprendi assim”, como se isso significasse, “eu sou assim”. São coisas totalmente diferentes. Apesar de suas experiências irem se somando a você ao longo da vida, não significa que tudo o que você aprendeu é você. Lhe pertence, mas não lhe revela. O João é médico, mas não é de fato médico, pois ele é o João. Ele está médico, mas ele não é medico. Se pensarmos mais profundamente, ele nem mesmo é o João, já que esse nome quem escolheu foram seus pais. O nome João só o representa porque lhe foi dito que representava, mas será que depois que o João cresceu e se conheceu melhor, ele se sentiu João? Algumas vezes o João cresce e descobre que na verdade é José. Ou, Maria...

E quem sou eu pra dizer que o João não é Maria?

Acho que não preciso escrever muito mais do que isso, você já entendeu a ideia. De qualquer modo, vou resumir no próximo parágrafo.

Existe apenas uma Verdade, a sua. Toda e qualquer outra verdade que não encontre correspondência na sua verdade, não pertence a você. O mesmo vale quando a situação é inversa. Você não deve submeter ninguém à sua verdade por achar que ela é superior a de outro, porque não é. A não ser que o outro corresponda dizendo que a sua verdade encontra correspondência na dele, você não deve impor a sua verdade. Se sua verdade encontrou correspondência no outro,  você encontrou um parceiro de jornada, mas ainda assim, haverá diferenças.

Isto posto, termino como comecei:

Verdade de fora pra dentro não passa de puro mecanismo de controle, ainda que esteja revestida da melhor das intenções, enquanto que verdade de dentro pra fora, é a única coisa pela qual realmente vale a pena lutar. E o fruto desta verdade, da SUA verdade, é a liberdade.


Giordano Nârada

domingo, 15 de dezembro de 2013

O LADRÃO DE ALEGRIA


Você conhece algum ladrão de alegria?

Ladrão de alegria é aquela pessoa que, sempre que percebe você feliz, procura saber o motivo para poder criticar. 

Se você comprou um produto pela metade do preço, o ladrão de alegria vai dizer que você comprou caro. Se você resolveu criar um produto revolucionário, o ladrão de alegria vai dizer que o mercado não tem interesse nisso. Se você está comemorando os 5kg que perdeu na dieta, o ladrão de alegria vai dizer que você emagreceu muito rápido e que vai ficar doente por isso. E sabe o que é pior? Muitas vezes você aceita o que o ladrão de alegria diz. Aquela crítica entra na sua mente e paralisa você, como um vírus nocivo e poderoso. É muito difícil ouvir um ladrão de alegria e não se contaminar. 

O ladrão de alegria é geralmente aquela pessoa que já se decepcionou tanto na vida, já se machucou tanto, já caiu tantas vezes que não consegue admitir a possibilidade de que o mundo possa ser diferente daquilo que ele já viveu. E quando o ladrão de alegria encontra uma pessoa que parece estar enxergando o mundo de maneira diferente, mais leve, positivo, cheio de oportunidades, ele se apressa em tentar "ajudar" esta pessoa a enxergar a realidade, mas a realidade baseada na sua experiência de derrotas.

Tentar convencer um ladrão de alegria de que sua ideia é boa e vai dar certo é quase impossível, porque ele geralmente vai dizer que já tentou isso ou conhece outra pessoa que tentou e não deu certo. Inclusive vai lhe dar conselhos sobre como fazer alguma coisa que seja abaixo daquilo que você quer, mas que dará certo porque ele tem a experiência.

O ladrão de alegria sempre vai tentar diminuir você.

Ele provavelmente lhe contará uma ideia maravilhosa que teve, mas não teve a oportunidade de implementar, por azar. "Esse sim, seria um empreendimento fantástico, pena que não é possível", diria o ladrão de alegria.

Ele não faz isso de propósito, na maioria das vezes nem percebe. Mas inconscientemente, vai minando as forças e os sonhos das pessoas que estão ao seu redor, por não ser capaz de conviver com a possibilidade do sucesso das outras pessoas. Pelo menos não das pessoas que ele considera que tenham as mesmas chances de sucesso que ele teve, ou menos. O discurso é: "se eu não consegui, claro que você também não vai".

Se você conhece algum ladrão de alegria, o primeiro conselho que eu lhe dou é: FUJA! Não tente discutir ou "ajudar" o ladrão de alegria, porque ele não vai mudar de opinião. Nem mesmo quando você mostrar que sua ideia deu certo, e alcançar o resultado que você disse que iria alcançar, ou até mais, ainda assim, o ladrão de alegria não mudará de ideia. A amargura faz isso com as pessoas, e geralmente o ladrão de alegria é uma pessoa amarga. 

Então ele dirá que foi sorte de principiante, que o momento ajudou, que você não teria conseguido sem a ajuda de fulano, enfim, o ladrão de alegria encontrará todas as justificativas possíveis para não atribuir a você, o seu sucesso. Porque se ele fizer isso, terá de admitir que ele é a causa do próprio fracasso, e isso ele não vai fazer.

Proteja o seu sonho, e corte da sua vida os ladrões de alegria. Algumas vezes, amputações se fazem necessárias.


Giordano Nârada

sábado, 14 de dezembro de 2013

QUAL É O SEU MAIOR INIMIGO?



O medo é o seu maior inimigo, porque o medo é o maior inimigo da Vontade.

Frequentemente, o medo é a única barreira entre você e os seus sonhos, e os sonhos são, na verdade, uma densificação da Vontade.

É claro que, quando falo de sonhos aqui, não falo daqueles sonhos que você tem enquanto está dormindo, mas sim, dos seus objetivos de vida que tem como consequência lhe gerar realização em algum nível. Isso são sonhos. E os sonhos são projeções da Vontade.

A Vontade é o seu potencial buscando expressão, isto é, suas capacidades pedindo para serem transformadas em ações e, em seguida, em realizações. Para ficar ainda mais claro, quando você tem Vontade de alguma coisa, significa que tudo o que você precisa para ter, ser ou fazer o que você quer já está dentro de você como matéria prima, pedindo para sair de você e se transformar naquilo que você quer. Isso é Vontade. E os sonhos são a linguagem da Vontade.

Agora, o medo, que é o objeto alvo deste texto, existe em dois níveis: o físico e o psíquico.

O medo físico é a reação natural do cérebro a uma situação de perigo. Não há nada de errado com o medo físico, ele é nosso aliado. É esse medo natural que nos livra de muitos acidentes e situações perigosas. Sem ele as coisas seriam bem mais sangrentas do que já são. Mas não é desse medo que quero falar hoje, e sim do medo psicológico e cultural. Aquele medo que não tem razão de ser ou, quando tem, é em razão de conjecturas, de possibilidades, é o tal do “mas e se...”. Esse é o medo que é o inimigo da Vontade.

Por exemplo, você que trabalha 8 horas do seu dia em um emprego que detesta, ao lado de pessoas que não gosta, ganhando um salário que mal dá para sobreviver, mas continua voltando lá todos os dias, vez após vez, mesmo quando dói no peito. Por que você faz isso?

Por medo.

É claro que você vai encontrar mil desculpas para justificar a razão de você continuar lá. Vai dizer que quando você tem filhos, você não pode se arriscar, ou que você não tem um curso superior e por isso não consegue um emprego melhor, ou que aquilo que você gostaria de fazer não dá dinheiro, ou que não tem dinheiro para investir no que quer fazer. Enfim, eu poderia citar pelo menos uma centena das desculpas que já ouvi ao longo dos meus bem intensamente vividos 30 anos de idade. E também poderia contornar cada uma destas desculpas com pelo menos uma dezena de possibilidades para sair dessa, mas todas as saídas teriam duas coisas em comum: algum sacrifício e MUITO trabalho. Mas você teria medo.

O Sistema lhe dá uma falsa sensação de segurança, enquanto suga toda a sua vitalidade e mata seus sonhos ao mesmo tempo. Sua Vontade é calada pelo medo de viver fora do Sistema, e você vive uma vida infeliz. Você sobrevive, ou melhor, sub-vive na esperança de que um dia a sorte faça alguma coisa por você, porque se depender de você tomar uma atitude radical na sua vida, não vai acontecer, porque você tem medo.

Enquanto você se deixar paralisar pelo medo, sua Vontade não se realizará.

Ter medo faz parte da vida, e nem todo mundo consegue encarar algo novo sem sentir um pouco de insegurança. É novo, não dá pra ter certeza do que vem logo à frente, mas ainda que você tenha medo de mudar, não se deixe paralisar por isso. Faça com medo mesmo, e a recompensa virá.

Até os meus 5 anos de idade, eu tinha muito medo do escuro, e havia um quarto vazio na minha casa que não tinha luz. Um dia eu resolvi entrar lá, de noite, no escuro mesmo, e testar o meu medo. Eu tinha só 5 anos, mas queria saber do que eu tinha medo. Então eu fui, com medo mesmo, todo arrepiado, meio tremendo, e fechei a porta do quarto comigo dentro. Ficou tudo escuro, e fiquei parado, com medo, esperando para ver o que aconteceria. Depois de algum tempo, nada aconteceu, exceto uma coisa: meus olhos começaram a se acostumar com a escuridão, e eu comecei a reconhecer algumas coisas, como as paredes e a porta, e percebi que não havia nada lá além de mim, e que o escuro não era nada. Eu achava que o escuro era alguma coisa, mas não era nada, e também não tinha nada no escuro. Nenhum monstro, nada. Então me acalmei.

Desde aquele dia, eu passei a ter essa mesma atitude com tudo o que me dá medo na vida. Se eu tenho medo de alguma coisa, aquilo praticamente me obriga a seguir em frente, até que eu descubra do que eu tenho medo. Aí acontecem, das duas, uma. Ou eu descubro do que eu tenho medo, e resolvo, ou eu descubro que não era nada, e resolvo também. Mas de qualquer modo, eu resolvo.

Mais à frente, já adulto, eu descobri que toda decisão tomada por culpa ou por medo, é uma decisão equivocada. Sempre machuca mais uma decisão tomada por medo do que uma decisão tomada por Vontade. Não estou dizendo que você não vai se machucar quando fizer coisas que quer de verdade, vai sim. Você vai se machucar porque muita gente que você gosta não vai entender suas decisões, porque ainda estão presos ao sistema, e provavelmente vão se afastar de você. E quem não se afastar de você, vai ficar tentando minar as suas forças, lutando contra, ainda que sem querer, ainda que por achar que estão fazendo a coisa certa, e isso vai te machucar. Mas depois, quando o resultado aparecer, quando você se realizar, tanto você quanto eles ficarão bem, e você vai ver que valeu à pena.

Sempre vale à pena vencer o medo para fazer aquilo que você quer de verdade.

Qual é o quarto escuro que você tem na sua vida? Seja qual for, não fuja mais dele. Entre e feche a porta com você lá dentro, e fique lá até perceber que não há nada a temer. Não saia de lá até entender isso. E se tem alguma coisa que você gostaria de fazer mas não tem feito por medo, faça. Vá com medo mesmo, e você vai perceber duas coisas:

Primeiro, que o medo não dura pra sempre. Ele só existe enquanto você o alimentar.

Segundo, você vai perceber que o medo, na maioria das vezes, é sinal de uma grande recompensa. Todas as vezes que eu tive medo de fazer alguma coisa, mas fiz mesmo assim, eu tive uma grande recompensa.

É como se a cultura enraizada em você, que foi criada pelo sistema, tivesse a função de gerar em você o medo de tudo aquilo que é bom. Então, quando você vê algo realmente bom, libertador, que vai trazer vida de verdade, você sente medo, por causa dessa cultura de escravo.

Resumo da ópera: o medo é o maior inimigo da Vontade porque é resultado de uma cultura escravagista que tem o objetivo de impedir você de alcançar os seus sonhos. Então, se você tiver medo de fazer alguma coisa, faça mesmo assim. Não aceite o medo como argumento. Na verdade, interprete o medo como um sinal de que há uma grande recompensa naquilo que você está se propondo a fazer.

=)


Giordano Nârada

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Obstinação


Obstinação, eu gosto dessa palavra.

Ser obstinado significa não desistir até conseguir. Significa não aceitar qualquer tipo de argumento contrario a uma ideia, por acreditar com todas as forças que é aquilo que deve ser feito.

Obstinação é teimosia, mas não no sentido irracional-inconsciente dela. Falo da bendita teimosia que faz você insistir quando tudo ao redor diz que não faz mais nenhum sentido continuar, especialmente quando estamos falando da realização dos nossos sonhos.

Eu sou obstinado com relação aos meus sonhos, e não descanso enquanto não conseguir.

E tenho conseguido.

Agora, o grande segredo para atingir os objetivos que traçamos na vida, claro, sempre baseados na nossa Verdadeira Vontade, é compreender que você está só. Enquanto você acreditar que seu futuro depende da vontade ou dos desejos de outra pessoa, vai continuar chafurdado no lamaçal dos desejos, às vezes realizados, às vezes não, e não vai encontrar e realizar a sua Verdadeira Vontade. E a sua Vontade realizada é a única coisa capaz de fazer você, não feliz, porque isso é o que a realização dos desejos faz, mas sim, em paz. E essa paz é superior a felicidade, porque a felicidade é passageira, mas essa paz é permanente.

Então, quando falo em obstinação, falo de uma espécie de trava, que eu uso quando decido conquistar algo, ou viver determinada experiência. Esta trava, ou este mecanismo psicológico poderoso, não me permite parar, sob qualquer circunstância, até que eu alcance aquilo que decidi alcançar. E quando eu alcanço meu objetivo, que nasceu da minha Verdadeira Vontade, eu tenho como resultado, paz.

Você não precisa de felicidade, você precisa de paz.

A ânsia pela realização dos desejos é uma coisa que nos foi transferida de pai para filho, por gerações sem conta. E é essa ânsia que nos tira a paz. Na verdade, provavelmente a maioria de nós nunca conheceu paz alguma, apenas a ânsia da realização dos desejos. E muitas vezes, usamos a obstinação para realizar nossos desejos, e não a nossa Vontade.

Se você não sabe a diferença entre desejos e Vontade, leia esse texto aqui: 

Agora, se você já sabe a diferença, então use a obstinação para realizar apenas aquilo que é a sua Verdadeira Vontade. Sua missão de vida é realizar a sua Vontade, e a obstinação será uma das ferramentas mais importantes pra que você cumpra a sua missão, e então encontre paz.


Giordano Nârada