sábado, 30 de novembro de 2013

Como "pegar mulher" na balada


Todo fim de semana é a mesma coisa nas redes sociais. O garoto falando sobre sair, beber e “pegar mulher”, e a garota querendo sair, beber e ser pega pelo garoto.

É interessante pra mim perceber que, em primeiro lugar, nenhuma mulher se deixa “pegar” por ninguém. É claro que não estou falando de meninas, estou falando de mulher. Meninas são meninas, e qualquer um com um papo mediano, ou com uma cara bonitinha, ou com um chaveiro de carro maneiro, leva. Mas mulher de verdade, não, ninguém pega.

Outro dia, conversando com um desses jovens que gostam de ir à baladas nos fins de semana para “pegar mulher”, perguntei qual era a cantada que mais funcionava pra ele. A resposta que recebi, confesso, me deixou um pouco chocado. O garoto me explicou que era só chegar perto da garota e perguntar: “quer beijar?”. Ainda não me recuperei do sentimento de surpresa até hoje.

Mulheres não são “pegas”, elas se entregam quando querem. Sim, estou falando de mulheres de verdade. Não existe um homem na Terra capaz de “pegar” uma mulher, se ela não quiser. E eu posso dizer que, por experiência própria e depois de uma boa perguntada por aí, eu descobri o óbvio. Não se encontra uma mulher de verdade na balada.

Por mais que o garoto queira acreditar que isso é possível, ou a garota queira acreditar que ela é sim uma mulher de verdade, e que um homem pode encontrá-la na balada, a verdade é que, se isso acontece, é uma daquelas exceções raras, que só se vê uma vez na vida.

Sim, porque quem vai a uma balada pra “pegar mulher”, ou para ser pega por um “homem”, não está bem. O nível de carência está tão alto que é preciso ir à caça, como animal no cio. Homens e mulheres não vão à caça, nem ficam no cio. Homens e mulheres de verdade sofrem acidentes de amor.

Ele no seu caminho, ela no dela, seguindo seu sonho, suas metas pessoais que tem a ver com a realização da Vontade, que é o potencial de cada um buscando expressão, quando por conta destes caminhos individuais, os dois se chocam. E para surpresa dos dois, o choque é tão importante que um não deseja mais prosseguir sem o outro. Não faz sentido prosseguir sozinho a partir dali. Isso não se encontra em uma balada, isso não se “pega”, e isso não é coisa de meninos.

Aí talvez alguém diga: “mas eu não vou a uma balada para encontrar o amor da minha vida, vou para me divertir, sem compromisso”. Pois é, como eu disse, nem homens nem mulheres de verdade podem ser encontrados em uma balada. Homens não usam mulheres para divertirem-se sem compromisso. Mulheres tão pouco. A não ser aquelas que já foram tão machucadas por alguns, que decidem descontar em outros achando que todos os homens são iguais. Isso é outro erro. Meninos são todos iguais, homens não.

Hoje eu tenho 30 anos, mas comecei a sair para baladas aos 13. Na minha primeira balada, fui acompanhado. Cada vez que eu ia buscar uma cerveja, beijava uma menina diferente, e depois voltava para a garota que tinha ido comigo. Foi muito legal poder falar com meus amigos no outro dia que eu “peguei 5” aquela noite. Mas eu tinha 13 anos, na época isso fazia sentido.

Depois que você cresce, vai percebendo o que é importante e o que não é. Engolir cuspe na balada, ou levar a garota desconhecida para um motel apenas para transar, sem qualquer sentimento além da questão física é, pra dizer o mínimo, infantil.

Nada se compara ao beijo, ou ao sexo feito com quem você gosta de verdade.

Quer pegar meninas na balada? É fácil! Saia perguntando “quer beijar?” até encontrar uma moça que não se valorize o suficiente, e aceite.

Quer pegar mulher de verdade? Então CRESÇA! Então descobrir que mulher não se pega, que o melhor dos mundos é quando tudo acontece sem querer, e que chega um ponto na vida que ficar junto é inevitável. É assim que vale a pena, eu acho.

Giordano Nârada