O mundo está dividido em dois grandes grupos: os reis e os escravos. Não
há como escapar. Ou você é um rei, ou é um escravo.
Se você é um rei, você faz parte de um grupo composto por algumas
dezenas de pessoas, talvez chegue a alguns milhares. Se você é um escravo, faz
parte de um grupo composto por alguns bilhões de pessoas. Estes são a maioria
esmagadora.
Se você é um rei, está preocupado com o próximo passo, o caminho para
a evolução, sua e de quem está à sua volta. Se você é um escravo, está
preocupado com sua segurança e estabilidade, evitando dores e arrependimentos.
Se você é um rei, você tem aquele intenso brilho nos olhos, e dá a
impressão de que sempre está vendo algo além, que ninguém mais está vendo. Se você
é um escravo, você sonha acordado com coisas que sabe que nunca vai alcançar,
porque não vai fazer o que é necessário para conseguir, preferindo imaginar a
possibilidade de ganhar na loteria ou receber uma herança. Escravos sempre
esperam que os reis façam alguma coisa para melhorar suas vidas e resolver seus
problemas.
Enquanto os reis se arriscam, os escravos se protegem. Enquanto os
reis tem sua segurança no seu potencial, os escravos se fiam em sua carteira
assinada. Enquanto os reis buscam respostas, os escravos evitam fazer
perguntas.
Reis querem, escravos desejam.
Reis agem, escravos esperam.
Quisera eu que todos fossem reis, mas o quadro não é esse. Poucos são
os reis, e dentre esses poucos, a maioria não sabe que é.
Em algum momento da nossa historia, nós perdemos a consciência de quem
nós somos, e como resultado disso, fizemos uma bagunça danada na vida. Tem
muita gente que nasceu pra servir tentando liderar, e muita gente que nasceu
pra liderar tentando servir. É por isso que tudo parece tão desorganizado no
mundo.
Antes que você pergunte, SIM, você nasce sendo uma coisa ou outra.
Se você nasceu para servir, não tente liderar. Primeiro porque você
vai fazer um péssimo trabalho, segundo porque você vai ser infeliz. O contrário
também é verdadeiro. Se você nasceu para liderar, não adianta tentar fugir da
responsabilidade assumindo o papel de alguém que nasceu para ser liderado. Você
vai ser um péssimo liderado, indisciplinado, respondão, rebelde, não vai fazer
nada direito e vai ser infeliz.
A desordem gera infelicidade. Descubra o que é você, e não aceite viver
nada diferente disso.
Não adianta tentar tirar o seu Zé da portaria do prédio e tentar
ensiná-lo a ser um líder empreendedor porque você vai fazer uma tremenda
bagunça. Talvez você ache que está melhorando a vida do seu Zé o incentivando a
ser dono de sua própria empresa, mas provavelmente você está estragando tudo. O
seu Zé gosta de ser porteiro, e aquilo o faz feliz.
Deixe o seu Zé em paz!
A mesma coisa vale para a tentativa de encabrestar Marcos, o
empreendedor, tentando fazê-lo tornar-se um funcionário público em nome da
estabilidade. Um empreendedor não quer estabilidade. Ele quer construir alguma
coisa do nada, correr riscos, superar os obstáculos e levar pra casa no fim do
dia o resultado do seu trabalho, para transformar em semente do próximo
empreendimento.
Deixa o Marcos se mexer!
Agora, o Marcos é melhor que o Zé? Não! Nem Marcos é melhor que Zé,
nem Zé é melhor que Marcos. Os dois só estão seguindo os seus caminhos. Não
tente mudar isso.
É claro que o Marcos sempre vai achar que empreender é mais divertido
do que ficar na portaria o dia todo, mas o seu Zé nunca vai trocar a
tranquilidade da portaria do prédio pela vida agitada sem horário pra nada do
Marcos.
Bom, isto posto, quero dizer que a maioria das coisas que tenho
escrito aqui, ou no Twitter, ou onde mais eu tenha escrito algo, tenho escrito
para réis. A razão pela qual tenho feito isso é porque faz parte do meu
trabalho encontrar e despertar esses reis para colocar em ordem as coisas.
Se você não está entendendo nada do que leu até agora, ou está muito
indignado com o que acabou de ler, com certeza este texto não foi feito pra
você. Nem esse nem a maioria das coisas que tenho escrito. Peço desculpas por
ter feito você perder seu tempo, e o aconselho a deixar de me acompanhar nas
redes sociais ou aqui no blog. Agora, caso você tenha não só entendido, como
também conseguiu se posicionar no texto que escrevi como rei, então fique por
perto e observe, porque de agora em diante vou passar e apresentar ferramentas
de vida para reis.
Quem me acompanha no Twitter tem visto que tenho mudado o discurso e o
tom, e que tenho anunciado que as coisas vão mudar radicalmente no meu perfil
do Twitter e aqui no blog. E vão. Eu pretendo ser um estopim para uma revolução
na vida de muitos. E vou começar colocando um espelho na sua frente, e
mostrando quem você realmente é.
E aí? Rei ou escavo?
;)
Giordano Nârada
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