Todo fim de semana é a mesma coisa nas redes sociais. O garoto falando
sobre sair, beber e “pegar mulher”, e a garota querendo sair, beber e ser pega
pelo garoto.
É interessante pra mim perceber que, em primeiro lugar, nenhuma mulher
se deixa “pegar” por ninguém. É claro que não estou falando de meninas, estou
falando de mulher. Meninas são meninas, e qualquer um com um papo mediano, ou
com uma cara bonitinha, ou com um chaveiro de carro maneiro, leva. Mas mulher
de verdade, não, ninguém pega.
Outro dia, conversando com um desses jovens que gostam de ir à baladas
nos fins de semana para “pegar mulher”, perguntei qual era a cantada que mais
funcionava pra ele. A resposta que recebi, confesso, me deixou um pouco
chocado. O garoto me explicou que era só chegar perto da garota e perguntar: “quer
beijar?”. Ainda não me recuperei do sentimento de surpresa até hoje.
Mulheres não são “pegas”, elas se entregam quando querem. Sim, estou falando de mulheres de verdade. Não existe um homem na Terra capaz
de “pegar” uma mulher, se ela não quiser. E eu posso dizer que, por
experiência própria e depois de uma boa perguntada por aí, eu descobri o óbvio. Não se encontra uma
mulher de verdade na balada.
Por mais que o garoto queira acreditar que isso é possível, ou a
garota queira acreditar que ela é sim uma mulher de verdade, e que um homem
pode encontrá-la na balada, a verdade é que, se isso acontece, é uma daquelas exceções
raras, que só se vê uma vez na vida.
Sim, porque quem vai a uma balada pra “pegar mulher”, ou para ser pega
por um “homem”, não está bem. O nível de carência está tão alto que é preciso
ir à caça, como animal no cio. Homens e mulheres não vão à caça, nem ficam no
cio. Homens e mulheres de verdade sofrem acidentes de amor.
Ele no seu caminho, ela no dela, seguindo seu sonho, suas metas pessoais
que tem a ver com a realização da Vontade, que é o potencial de cada um
buscando expressão, quando por conta destes caminhos individuais, os dois se
chocam. E para surpresa dos dois, o choque é tão importante que um não deseja
mais prosseguir sem o outro. Não faz sentido prosseguir sozinho a partir dali.
Isso não se encontra em uma balada, isso não se “pega”, e isso não é coisa de
meninos.
Aí talvez alguém diga: “mas eu não vou a uma balada para encontrar o
amor da minha vida, vou para me divertir, sem compromisso”. Pois é, como eu
disse, nem homens nem mulheres de verdade podem ser encontrados em uma balada.
Homens não usam mulheres para divertirem-se sem compromisso. Mulheres tão
pouco. A não ser aquelas que já foram tão machucadas por alguns, que decidem
descontar em outros achando que todos os homens são iguais. Isso é outro erro.
Meninos são todos iguais, homens não.
Hoje eu tenho 30 anos, mas comecei a sair para baladas aos 13. Na minha
primeira balada, fui acompanhado. Cada vez que eu ia buscar uma cerveja, beijava
uma menina diferente, e depois voltava para a garota que tinha ido comigo. Foi
muito legal poder falar com meus amigos no outro dia que eu “peguei 5”
aquela noite. Mas eu tinha 13 anos, na época isso fazia sentido.
Depois que você cresce, vai percebendo o que é importante e o que não
é. Engolir cuspe na balada, ou levar a garota desconhecida para um motel apenas
para transar, sem qualquer sentimento além da questão física é, pra dizer o
mínimo, infantil.
Nada se compara ao beijo, ou ao sexo feito com quem você gosta de
verdade.
Quer pegar meninas na balada? É fácil! Saia perguntando “quer beijar?”
até encontrar uma moça que não se valorize o suficiente, e aceite.
Quer pegar mulher de verdade? Então CRESÇA! Então descobrir que mulher
não se pega, que o melhor dos mundos é quando tudo acontece sem querer, e que chega
um ponto na vida que ficar junto é inevitável. É assim que vale a pena, eu acho.
Giordano Nârada
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