Havia uma sala ampla e todos estavam vestidos em traje de gala, mas não eu. Minhas roupas eram comuns, o que me fez pensar: o que eu faço aqui?
A porta se abriu e você entrou, vestida de noiva. Eu não era o noivo.
Eu estava cansado e triste e resolvi deitar, ali mesmo, no chão da sala. Havia um tapete persa no centro, daqueles que raramente se encontra. Deitei ali e me encolhi com frio.
Havia pressa e alguns tentaram conduzir você através de outra porta, mas você me olhou, e me viu, outra vez.
Você se desvencilhou de quem lhe segurava pelo braço, intentando conduzi-la a outro lugar, deu a volta em minhas costas e deitou-se ali, também no chão, comigo, naquele tapete persa.
Você me abraçou pelas costas e se encolheu comigo. Você com seu longo vestido de noiva e eu com meus trajes de plebeu, no chão, sob o olhar estupefato de todos os distintos cavalheiros e as finas damas presentes.
Eu já não via mais você, mas podia senti-la, e por um breve momento não senti mais frio.
Giordano Narada
22/01/2012
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